
No período comparado, o pior resultado foi o da BR-050, que teve a média diária reduzida em 1.079 veículos. Dos 8.617 veículos de carga registrados em 2015, o número passou para 7.538 nos quatro primeiros meses de 2016, uma queda de 12,5%. Na BR-365, no sentido Monte Alegre de Minas, em um ano, a redução foi de 1,2%. No primeiro quadrimestre de 2016, passaram 10.353 veículos pesados, em média, todos os dias no trecho. Em igual período do último ano, a média foi de 10.483 caminhões.
A média foi calculada a partir dos dados do Dnit e leva em consideração caminhões de quatro a nove eixos. Dados da outra rodovia federal que passa por Uberlândia, a BR-452, estão incompletos para que haja uma comparação da evolução entre 2015 e 2016. Isso aconteceu, segundo o PNCT, “porque o equipamento do Dnit não estava em funcionamento de 1º de janeiro a 13 de maio de 2015”.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Triângulo Mineiro (Settrim), Cleiton Cesar da Silva, o setor sofre há dois anos com a queda de volume de cargas. Ele disse que isso é reflexo do momento econômico de consumo mais baixo, o que tem provocado baixa no faturamento das empresas. Segundo cálculos da entidade, houve uma redução de até 15% no valor do frete para manter os veículos circulando, quando, na verdade, o setor deveria ter reajustado em 35% o valor do transporte. “O transportador está no sacrifício. Dependemos do aquecimento da economia”, disse Silva.
ACIUB
A situação é percebida em todo o Estado, segundo Silva. Os números do PNCT confirmam esse cenário negativo. Na BR-381, por exemplo, que, no trecho entre Belo Horizonte e São Paulo (SP) é conhecida como Fernando Dias, houve redução média de 0,6% de veículos pesados trafegando pela estrada. Essa é considerada uma das rodovias mais importantes do Estado.
Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub), Fábio Pergher, a queda no volume de cargas a serem transportadas nas rodovias federais que cortam Uberlândia é reflexo do impacto sofrido pela indústria por conta da crise econômica.
“A redução do transporte é sinal direto dela (da crise). O baixo consumo afeta a indústria, que produz cada vez menos e, com isso, o volume de transporte cai em proporção direta”, afirmou
Motoristas temem perder o emprego
Com a redução do volume de veículos de carga trafegando pelas rodovias federais que cortam Uberlândia, motoristas se preocupam com o emprego. André Luiz Martins, que veio de Campinas (SP) por conta de um entrega a um atacadista de Uberlândia, afirmou, ontem, à reportagem do CORREIO de Uberlândia, que o problema se acentuou em 2016. “Hoje, descarregamos e passamos a tarde toda esperando carga para voltar para a capital”, disse Martins, que lembrou que, antes da crise, já vinha à cidade com a carga de volta acertada previamente.
A principal perda para outro profissional, Natalino da Rocha, foi salarial. “Com menos viagem, não temos hora extra e o salário cai”, afirmou o motorista.
Fonte: Correio de Uberlândia
Nenhum comentário:
Postar um comentário